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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Visualização de dados: agora você vê, agora você não vê

Duas buzz words em jornalismo científico e divulgação científica: visualização de dados e storytelling.

Fonte: xkcd.

A imagem acima é bem bacana visualmente. Até ajuda a ver que a superfície da Terra é bem maior do que a de Marte. Mas não ajuda muito a ver se Vênus é maior, igual ou menor do que nosso planeta em termos de superfície: o formato irregular das áreas não ajuda.

Um modo de permitir uma melhor comparação entre os tamanhos das áreas envolvidas seria um gráfico em barra.

Ou mesmo em tabela:
Corpo
Área
(milhões km²)
Terra 510,1
Vênus 460,2
Marte 144,8
Ganimede 87,0
Titã 83,0
Mercúrio 74,8
Calisto 73,0
Io 41,9
Lua 38,0
Europa 30,9
Tritão 23,0
Éris 17,0
Plutão 16,6
Réia 7,3
Caronte 4,6
Ceres 2,8
Vesta 0,8

Mas, se fizerem uma análise de impacto visual e emocional - por exemplo, com pesquisa de opinião, provavelmente a apresentação do xkcd será mesmo a melhor.

Haverá um modo de se ter o melhor dos dois mundos? Uma representação mais artística - esteticamente mais aprazível e emocionalmente mais impactante - e que permita uma leitura mais acurada?

Uma possibilidade seria uma mescla: tornar a figura em mapa interativa, com dados numéricos pipocando com a passagem do mouse sobre ela (não consigo fazer aqui pela limitação do uso de scripts no blogue). Caso não seja possível acrescentar elementos de interatividade - por exemplo, em mídia impressa - poderia se acrescentar rótulos com valores numéricos.

Agora a grande questão: será que funciona? Os textos com que tenho trombado sobre visualização de dados são mais sobre as diferentes técnicas, dicas gerais, como deixar mais bonito... mas não tenho visto nada sobre estudos mais rigorosos sobre os efeitos sobre aprendizagem, retenção de informação, facilidade de contextualização... É a mesma dúvida que tenho em relação ao storytelling. Não há mal em si em tornar dados e informações mais palatáveis, bem ao contrário; mas será que é compatível com uma transmissão com pouca distorção?

E se os fatores que melhorem a percepção, a aceitação, a viralização, atrapalharem a compreensão, a memorização, a análise crítica?

HT: Danilo Abergaria FB.

Upideite(06/jul/2014): @alesscar sugere o livro "El Arte Funcional" de Alberto Cairo.

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